A variabilidade do clima é o principal fator de risco e de insucesso nos cultivos agrícolas, em razão do fato do desempenho da agricultura apresentar dependência das condições de temperatura, precipitação pluviométrica, umidade do solo, radiação solar, dentre outras. Entre os principais eventos podem-se citar as secas, chuva excessiva, granizo e geada, sendo o déficit hídrico um dos principais fatores responsáveis por perdas nas safras agrícolas.

Nesta seção apresentam-se informações sobre datas ou períodos de semeadura/plantio dos principais cultivos agrícolas do Cerrado, com o objetivo de subsidiar os produtores no planejamento das atividades agrícolas da fazenda e de minimizar as perdas agrícolas a partir do indicativo das épocas de semeadura/plantio com diferentes riscos climáticos, considerando a característica do clima, o tipo de solo (arenoso, textura média e argiloso) e os ciclos das cultivares (precoce, médio e tardio).

Adotou-se o Sistema de Análise Regional dos Riscos Agroclimáticos – SARRAZON (Figura 1) (BARON e CLOPES, 1996). Por ser um modelo agrometeorológico, considera-se que os cultivos não apresentam limitação nutricional, nem o ataque de pragas, doenças e de invasoras.

Os principais dados de entrada do modelo:

1. Precipitação pluvial diária;
2. Evapotranspiração potencial;
3. Capacidade de água disponível no solo (CAD) dos solos arenoso, textura média e argiloso;
4. Duração do ciclo das culturas;
5. Coeficiente decendiais de cultura (Kc).

Os riscos climáticos foram avaliados a partir do Índice de Satisfação da Necessidade de Água (ISNA) para as fases vegetativa e reprodutiva da cultura.

O ISNA é definido como sendo a relação existente entre evapotranspiração real (ETr) e a evapotranspiração máxima da cultura (ETm).